quarta-feira, 4 de março de 2015

Viagem à Terra do Nunca

Cartaz do Novo Filme do Peter Pan
Voando da segunda estrela à direita e então direto ao amanhecer, se encontra a Terra do Nunca, uma ilha onde grandes aventuras estão a todo o momento acontecendo.

Nessas férias, resolvi passear por aquelas terras e descobrir o que de tão magico tem, e por que todas as crianças querem ir pra lá. Quase não voltei. Descobrir através das páginas do livro toda a narrativa envolvente e emocionante do garote que se recusava a crescer, e com isso se tornou a mais “antiga” criança a permanecer criança.

Pessoalmente eu acreditei que iria me identificar com o Pedrinho (é Peter, mas Pedrinho é para os íntimos ;D) mas ao longo da narrativa eu descobri que não, de forma alguma eu sou Pedrinho. Ele é muitas vezes grosseiro, e tem brincadeiras de extremo mal gosto, fazendo a pobre Wendy Moira Ângela Darling sofrer de preocupação.

Peter é por vezes mal educado e egoísta, tem sempre que estar certo e ser o centro das atenções, mesmo quando claramente não e pela genialidade dele que as coisas acontecem. É por vezes demais mimado e oportunista. Meus sonhos de que Peter era o mocinho…se foram levados pela correnteza da água...até o seu confronto com Hook, o capitão pirata do navio.


Naquele confronto eu vi Peter sendo quem ele é, não essas crianças que nós queremos que ele seja, que se senta e se comporta educadamente, que fala todas as palavras corretamente e nunca grita, educadinha que espera sua vez de falar e diz por favor e obrigado toda vez. Peter é impetuoso e criativo, ele vai fazer do jeito dele, e o principal é que ele não resiste aos seus próprios impulsos e desejos. Ele é o que ele é, puro e simples, no sentido literal da expressão.

Toda a aventura me ganhou em uma frase do livro. Hook estava lutando contra Peter e no calor da batalha Hook pergunta: “Quem é você?” então Peter responde sem pestanejar, a resposta que ei finalmente entendi que nos momentos bons e nos momentos ruins, eu e Peter temos muito em comum, que a pesar dos defeitos que a gente compartilha, existe um pequeno momento onde ele nos resume, a mim e a ele. Ele diz:

“Eu sou a juventude, eu sou a alegria. Eu sou um passarinho que acabou de sair do ovo.”


BoscoJoao ;D

segunda-feira, 2 de março de 2015

Pedro, o grande

Com medo de um monstro noturno que devora seus sonhos, Pedro não consegue dormir. Não adianta contar aos pais, eles não acreditariam. “Pedro, se não dormir, vai ficar anão”, disse sua mãe quando viu o filho com olheiras bem marcadas em seu rosto. Além de Geleia – o monstro do seu quarto -, Pedro agora teria que se preocupar em não conseguir crescer por não dormir. Como de anão, tornar-se-á grande para resolver o problema?
Não tenho filhos, e meu irmão mais novo não tem uma idade tão afastada a minha para uma observação mais profunda. Entretanto, das coisas que lembro que tive mais dificuldade de superar, o mesmo com o caçula da minha família e outras crianças que tive contato, foi o medo de escuro. Cama da mãe, xixi na cama, dormir de luz acesa são mecanismos de defesa frequente que a criança utiliza para combater o medo de ter pesadelos ou fantasiar assombrações com os móveis do quarto no escuro. Qual foi a criança que nunca se queixou do bicho-papão? Pedro é só a imagem de toda criança que se sente vulnerável ao mundo, pois está o conhecendo.
Através de muitas aventuras, aplicando todo o tipo de dispositivo de proteção que imagina poder funcionar, o protagonista ganha a experiência de não só enfrentar o seu medo, mas acolhe-lo como uma arma para futuras experiências que necessitem dessa bagagem. Logo Pedro se construiu como “o grande”, o ganho de experiência simboliza o seu crescimento.
Interessante, bem humorada, é uma obra aconselhável a todos os pais que possuem filhos que estão nessa fase, ou já passaram por ela.

Obra: Pedro, o grande
Autora: Ana Siqueira
Ilustradora: Fernando Rabelo
Editora: FDT
Ano: 1996 (1ª Edição)

Autoria da Resenha: Amanda Barros