quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Reaprendendo...


Escrever no blog de um projeto tão inspirador tem sido um desafio pra mim. Começo e recomeço as tentativas de colocar em palavras tudo aquilo que é vivenciado nas leituras, no universo rico das letras, mas que também é cheio de outros elementos, como as contribuições valiosas de cada um, os silêncios mágicos, os olhares atentos...
Decidi, então, estreiar no blog com a minha experiência pessoal com os livros - que tem mudado desde que entrei no projeto e que, talvez por isso, torne tão desafiador escrever aqui.

Desde que tinha uns 16 anos, comecei a achar que ler dava sono. Nunca era possível ler deitada, ou no sofá, ou com uma luz de cabeceira porque o resultado era desastroso, certeiro e melhor que qualquer Rivotril: em menos de 15 minutos, o sono vinha!


A consequência disso é que passei a acreditar que leitura era algo desprazeroso... Como algo que em 15 minutos me dava sono podia ser bom? Resposta: não podia.

Com o tempo, a certeza de que ler era o melhor remédio pra dormir só aumentou e, ainda assim, eu lia o dia inteiro - inúmeros livros de química, física, história, literatura, filosofia, biologia...

Mas, pensando hoje em dia, como ler era ruim se eu não parava para LER? Ler mesmo, de verdade? Aqueles livros que a gente ama e lê devagarinho, economizando as páginas pra demorar mais a acabar? Ou aqueles que a gente não aguenta e devora mesmo, de uma vez? Eu não lia... Não a leitura que eu gostava e que, na verdade, não dava sono nenhum.



Mas eu permaneci nesse ritmo: quatro anos de universidade e muuuuita leitura. Leitura acadêmica, claro. Filósofos, antropólogos, psicanalistas, psiquiatras...
E, novamente, eu quase nunca parava para LER. A leitura obrigatória tomava conta e... Como não sentir sono depois de horas e horas lendo só por ler? Só por que ia cair na prova? Só porque precisava fazer uma resenha? 

Resposta: não dava, o sono vinha!






Mas aí, eis que eu ganho a chance de fazer uma pausa e o convite de uma amiga me traz para o Livros Abertos, para leitura dialógica, para leitura gostosa, para o LER de verdade.
E é isso que tenho reaprendido: existe uma leitura que não dá sono. Existe uma leitura prazerosa, que desperta interesse, curiosidade, atenção. Existe uma leitura que desperta a gente! Uma leitura do que a gente gosta ou/e do que nos faz pensar, criticar, refletir.
Existe uma leitura esquecida... Uma leitura que eu - e muita gente! - deixa de lado para as outras leituras do dia-a-dia. E essa leitura esquecida faz acender algo dentro da gente, ela é sentida, e por isso talvez seja difícil falar sobre ela. Mas ela existe...



É a leitura que eu vi nessa imagem essa semana:


A leitura que não dá sono, mas que dá sonhos!


E pra quem está querendo reacender essa leitura, fica uma dica que encontrei essa semana. Milhares de livros para download gratuito! 
Drummond, Leminski, Vinícius de Moraes, Oscar Wilde, Nietzsche, Fernando Pessoa. 
Política, fotografia, literatura, comunicação. 
Suspense, quadrinhos, clássicos.

Possibilidades para acender algo dentro de toda a gente! Aproveitem!

Raíra Cavalcanti

Um comentário:

Anônimo disse...

Dicas MARAVILHOSAS! Obrigadaaaaa.