quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Feedbacks sobre nossas últimas atuações.

Foi com grande satisfação que nós realizamos duas atividades (oficina e mini oficina) na Semana Universitária (ver descrição e fotos no post de Victor, neste mesmo blog).
Ao final das oficinas, pedimos que os participantes se manifestassem sobre os encontros, escrevendo de forma livre nos quadros: "que bom...", "que pena..." e "que tal...".
Nesse post repassaremos todos os feedbacks recebidos e que foram atentamente analisados.
Antes de tudo, queremos agradecer aos 48 comentários deixados: muitíssimo obrigado!
Para efeitos demonstrativos, os comentários foram agrupados em 4 categorias: elogios à oficina, sugestões à oficina, elogios ao projeto e sugestões ao projeto.


Em "elogios à oficina" se incluem comentários de satisfação com a experiência, a diversão e o aprendizado proporcionados.
Ficamos muito felizes pois ambas as atividades foram acuradamente preparadas e pensadas de modo a proporcionar uma experiência que fosse válida para os que nos prestigiaram com a sua presença.
Em "sugestões à oficina" recebemos feedbacks relacionados principalmente relacionados ao tempo considerado curto, sugestões de como aproveitar melhor as dinâmicas, em relação ao aprofundamento do conteúdo apresentado e principalmente em oferecer mais oficinas.
Realmente são sempre pontos que aparecem nos debates do projeto, a questão do tempo é sempre uma nossa preocupação pois aí entra o equilíbrio entre fazer uma atividade que seja satisfatória, com qualidade
e que possa ser feita por quem se interesse sem que o tempo seja um empecilho para quem não dispõe de muito tempo livre. Preparar essas atividades sempre implicam no risco de ausência de pessoas que é essencial para um bom resultado e esse feedback pedindo que façamos mais serve como uma grande motivação para nossa equipe e podemos sim ir nos aprofundado a cada oficina no conteúdo. 
Em "elogios ao projeto" foram agrupados os sentimentos de alegria e carinho recebidos tanto pela nossa proposta de incentivo à leitura quanto à atuação dos participantes.
Mais uma vez agradecemos, acreditamos nos nossos objetivos e é muito bom perceber que aos olhos dos outros eles tem se apresentado construtivos de forma positiva.
Em "sugestões ao projeto" foram agrupados principalmente os pedidos de expansão da atuação do projeto.
Essa avaliação nos fez repensar bastante sobre nossa atuação, pois o nosso projeto tem sim uma responsabilidade social. No entanto, embora a atuação em uma única escola pública possa parecer restrita, é importante levar em conta que as cerca de 280 crianças atendidas diretamente pelo Projeto provêm de regiões administrativas muito diversas, sendo a maioria do Varjão e do Paranoá. Nosso projeto também se esforça bastante em manter sua continuidade, mesmo considerando que é relativamente pequeno e a grande maioria dos participantes se dedica de forma voluntária. 
A nossa consolidação enquanto projeto se reafirma a cada dia e está sempre em constante construção. A escola que nos acolheu, nos incumbiu de grande confiança e abertura, em uma parceria muito frutífera.. Nem sempre as escolas estão dispostas a isso, o que às vezes dificulta a ampliação. Mesmo assim, essa percepção da necessidade de expansão foi apresentada por muitos participantes, por isso achamos importante refletir sobre a nossa atuação e repensar como podemos nos expandir sem colocar em risco o que viemos construindo. Inclusive, no post passado da Laís: "Leitura Dialógica, que lindo! Faz pra mim?!" ela expõe um pouco mais sobre esse mesmo assunto.
Enfim, agradecemos ao feedback e às sugestões de todos os participantes e esperamos que venham muitos mais encontros!

Então é Natal, e o que você... vai fazer?


É, o Natal está chegando...
Em menos de duas semanas será a hora de trocar presentes, e se você, assim como eu, gosta de presentes e lembrancinhas personalizadas, está chegando a hora de fazê-los!

Inspirada pelo site que apareceu nas redes sociais essa semana (http://www.buzzfeed.com/alannaokun/24-presentes-insanamente-inteligentes-para-amantes), eu decidi escrever esse post pra quem quer presentear um outro leitor, fazer um mimo a si mesmo ou até incentivar que alguém comece a ler mais neste Natal.

A seguir, estão algumas dicas de como produzir alguns presentes carinhosos, relacionados à leitura! Todos foram tirados de sites e blogs, bastando uma pesquisa com calma para achá-los. Alguns são bem simples e outros mais complexos, mas aposto que todos muito divertidos de serem feitos!
Vamos tentar?

1) Marcadores de livros
1.1) Feito com laços

Materiais:
·         Retalhos de tecido
·         Clipes de papel (grandes)
·         Tesoura
·         Arame
·         Cola quente

Passo a passo:
Passe os retalhos de tecido com o ferro quente, assim eles ficarão bem lisinhos. Agora, corte os retalhos em três partes para formar o laço. As medidas são estas:
marcadores-de-livros-feitos-com-lacos-2
Para o corpo do laço: 11x2cm
Para a calda do laço: 9x1xm
Para o centro do laço: 4x0,6cm
marcadores-de-livros-feitos-com-lacos-3Dobre o primeiro tecido formando um aro, deixando um extremo por cima do outro. Depois aperte o centro para formar um laço. Depois pegue o segundo retalho e aperte-o no centro e coloque-o junto com o retalho anterior. Agora una ambos retalhos pelo meio, usando uma porção de arame para isso. Pegue o último retalho e coloque-o ao redor do arame, cobrindo todo o centro do laço.
 Deixe os extremos para trás e cole-os com a cola quente.


Coloque o clipes de papel neste último pedacinho de tecido. Para usar o marcador de livros, simplesmente coloque-o na página que você deseja marcar.


1.2) Feito com fita e feltro

Materiais:
Feltro: rosa, verde e amarelo
Linha de bordar: verde, rosa, amarela, vermelha e azul
Agulha de bordar
Fita colorida

Passo-a-passo:
Comece cortando duas flores iguais no feltro rosa; para que fiquem bem, o melhor é desenhar uma flor em um papel e usá-la como molde. Depois corte duas folhas em feltro verde, fazendo também um molde com papel. E por último, corte dois quadrados em feltro amarelo, usando também um molde. Corte um pedaço de fita colorida suficientemente comprido como para um marcador de livros.

Em uma das pontas da fita colorida, costure o centro das flores rosas, usando a linha de bordar em cor azul e deixando a fita colorida entre as duas flores. 

Agora, costure pelo centro, com linha verde, as duas folhas verdes. Una-as bem, e depois costure-as entre as flores rosas. Depois costure as beiradas das flores rosas usando linha de bordar rosa.
No outro extremo da fita colorida, costure com a linha vermelha os quadrados amarelos, deixando no meio deles a fita colorida. Para finalizar, costure as beiradas dos quadrados com a linha de bordar em cor amarela.


2) Lápis forrado com papel
* As imagens do passo a passo do lápis não estão habilitadas no site para cópia: por favor, entrem no link abaixo para visualizá-las.
http://www.comofazeremcasa.net/artesanato/como-fazer-um-lapis-personalizado-com-papel/

Materiais:


Grafite 2.0 para compassos
Cola Mod Podge
Tesoura
Pincel largo
Estilete
Papel para scrapbook (ou outro papel fininho de sua escolha)
Papel comum ou rascunho para trabalhar em cima

Passo a passo:


O ideal é um papel mais fino possível, estampado de preferência. Faça a marcação do tamanho do papel necessário para o grafite que você comprou. Lembre-se de deixar uma pontinha para fora, que será a ponta do lápis.

Com o lado estampado do papel virado para baixo, você deverá cobrir o papel de cola Mod Podge com o pincel. Este tipo de cola especial é importante, pois ela é muito transparente e é bem fininha, oferecendo um resultado legal no final.

Quando o papel estiver todo coberto pela cola, coloque o perto da margem do papel estampado, envolva o grafite com esta aba, passando mais uma demão de cola na parte estampada que ficou para dentro, que ainda não tem cola.

Vá enrolando de forma bem firme, para que não fique folgado. Mas cuidado para não apertar demais e quebrar o grafite. Vá fazendo devagarzinho e pressionando com sutileza, apenas para que não ocorram bolhas de ar ou coisa parecida em seu revestimento de papel.

Quando você cobrir seu grafite com o papel escolhido, espere secar. Se você expor ao sol, secará ainda mais rápido. Para fazer a ponta do lápis você deverá usar o estilete. Uma lapiseira ou apontador pode estragar a sua criação. Além de quê, a espessura do mesmo pode estar diferente de um lápis comum



3) Prateleira de livros invertida 

                               Imagem de Inverted Bookshelf

Imagem de Materiais
Materiais:

Além dos materiais básicos para uma prateleira (madeira e suportes), você também vai precisar de cinto de elástico e uma pistola de grampo.





Imagem de medir-lo

Passo a passo:

 Meça o tamanho do elástico necessário para cada livro, colocando-o em cima da placa de madeira.
Corte o elástico no tamanho necessário para prender o livro, lembrando de deixar pontas livres em cada lado, que serão grampeadas depois.

Importante: Os livros mais pesados precisam de dois elásticos do mesmo tamanho para sustentá-los! Para os livros menores, uma única tira do elástico é suficiente.



     Imagem de Inserção livros para testar
Atentando-se à distância necessária entre um livro e outro, utilize a pistola de grampos para fixar os elásticos na madeira. Em seguida, encaixe os livros para testar.

Imagem Adicionar suportes e anexar a paredeApós perceber se a prateleira ficou estável e realizar possíveis ajustes necessários, adicione um par de suporte do outro lado do tabuleiro e fixe a prateleira na parede!

Pronto!




Espero que vocês se inspirem pra se divertir montando presentes legais de Natal! Ainda dá tempo de fazer muita coisa...

Raíra Cavalcanti

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"Leitura Dialógica, que lindo! Faz pra mim?!"


Em algumas das nossas reuniões, comentamos algumas vezes sobre como nosso projeto é lindo (S2) e como gostaríamos de ampliá-lo para que mais crianças pudessem se beneficiar dele. Algumas pessoas perguntam por que não fazemos isso e algumas escolas parecem se interessar pelo que fazemos. Mas e aí, por que não acontece?

Bem... depois de discutirmos algumas vezes, acho que chegamos a algumas conclusões que não se atém a essa situação específica. Em primeiro lugar, a instituição escola ainda parece não acolher tão bem a leitura quanto podemos imaginar. Quando chegamos em uma escola interessada para mostrar nosso projeto e propor que eles implementem isso de alguma forma, com nosso apoio, claro, uma certa insatisfação parece ficar no ar. Sentimos que, no fundo, essas pessoas não querem compartilhar conosco uma nova experiência para suas escolas, aprender esse novo método de leitura, vivenciar isso de fato; parece que querem “terceirizar nosso serviço”, pois, de alguma forma, já estão sendo muito gentis de abrirem suas portas para o projeto... mas é só isso, “não me venha atrapalhar meus planos!”


A-há! Então é isso! “Não me venha atrapalhar meus planos!” Essa frase parece ser o cerne de um problema. Não um probleminha, mas um problemão que está em vários lugares por aí. Podemos notar o quanto a escola está enrigecida em seus planos pedagógicos e “falta de tempo”. É isso o que dizem... não tem tempo para a leitura! NÃO TEM TEMPO para a leitura! Nesse ponto, não sei nem por onde começar a discussão, afinal, uma instituição que se propõe a formar pessoas (leia-se pessoas com opinião, criativas e saudáveis) não vê possibilidade de abrir espaço para um momento de leitura compartilhada. Na verdade, até poderiam “fazer esse favor”, caso nos dispuséssemos a ir lá fazer “o nosso trabalho”, afinal, “capacitar novas pessoas da escola, sério?! Não me venha atrapalhar meus planos...”.

Mas ainda sinto que não pára por aí. Discutindo um pouco da leitura dialógica, chegamos a um ponto mais específico ainda. Na verdade, não é “Não me venha atrapalhar meus planos”, é “Não me venha querer que eu mude!”.

A mudança... ai doce e dolorida mudança. Nós no nosso projeto entendemos o que é a leitura dialógica porque nos dispomos a entendê-la, a voltarmos a ser leitores de verdade (como a Raíra Cavalcanti, lindamente, compartilhou em “Reaprendendo”). A leitura dialógica não pode ser entendida como um método "quadrado" de leitura, sem implicação de quem está mediando. É um processo ativo, tanto de quem media quanto dos outros que também participam. Dialogamos, interagimos, trocamos, aprendemos. E como querer fazer esse processo sem mudança?
Estar com o outro, verdadeiramente, lendo ou não, já nos coloca à disposição da mudança. Querer entrar em contato e sair ileso não faz sentido. Quando lemos para as crianças nos deparamos com perguntas inesperadas, observações sobre a leitura ou sobre qualquer coisa do mundo de quem está comentando.

Vamos além?! Não nos dispomos apenas a mudar, mas antes disso, a ouvir o outro. Do “Não me venha querer que eu mude!” podemos ver também o “Não me venha pedir que eu escute essas crianças!”. Para ler dialogicamente não pode haver preconceito com as crianças. É... isso existe! Quando compartilhamos a leitura não estamos na posição de detentores do saber, em um grau acima hierarquicamente. Estamos no mesmo plano, ouvindo o que cada criança tem pra compartilhar, considerando verdadeiramente seus comentários e sensações sobre o que está acontecendo. Não estamos “fingindo” que ouvimos, senão não teríamos o “dialógico”.

“Nossa, o projeto de vocês é tão lindo! Leva ele para outra escola!”. Adoraríamos! Compartilhar o prazer da leitura é nosso principal objetivo. Mas precisamos de parceiros: pessoas que se esqueceram que são leitores e querem voltar a ser, pessoas que querem sentir denovo o prazer em ler e compartilhar, pessoas que estejam dispostas a ouvir o outro, pessoas abertas a aprender e a mudar. Será que existem parceiros desses por outras escolas? Definitivamente, sim! Mas, convenhamos: a escola não está formando muitos deles.

As escolas estão engessadas. Mas, pensando no aspecto literal, estar engessada é o que mantém suas paredes em pé... faz parte! (Faz parte? Escolas com paredes? Que limitam possibilidades ao invés de expandí-las? Enfim... outra discussão).

As engessadas são pessoas. Os engessados somos nós!






Laís Melo 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Arte do Natal


Olá leitor! Hoje o nosso tema é estórias. Mais precisamente contar estórias. E essa imagem de cima diz tudo sobre isso.


Vou explicar melhor para você entender. Eu faço parte do Clube de Desbravadores. É um ministério da Igreja Adventista que incentiva através de atividades físicas, intelectuais e espirituais o desenvolvimento de meninos e meninas de 10 a 15 anos. Jogando no popular, é tipo  escoteiro, com algumas ressalvas. A imagem acima é de uma especialidade, que são trunfos que os desbravadores podem ganhar se demostrarem conhecimento adequado para receber a condecoração. A especialidade acima é a Arte de Contar Historias Cristãs.

Mas João, o que isso tem haver com o proposito do post, do blog, do projeto? Bom verdade que nós não somos contadores de estórias, somos mediadores e não apenas contamos, dialogamos, experimentamos e repassamos a estória.
Você já viu que estamos em dezembro. Esse mês tem uma coisinha peculiar e diferente de todas que é esse dia 25, onde em alguns lugares do mundo se comemora o Natal. Natal uma das mais tradicionais festas cristãs-ocidentais desse nosso mundão.

Casa do Noel
 Sabe você talvez vá ouvir que o Natal é só uma das milhares de datas comemorativas elegidas pelos capitalistas para arrancar o seu dinheiro com presentes, ceias e mais presentes abarrotando shoppings com uma febre consumista aquecendo o mercado e aquecendo a cabeça de pais desesperados com crianças mimadas. Ou você vai ouvir que devemos nos ater ao real sentido do Natal, que foi o Filho de Deus veio do céu, nascer em uma manjedoura e receber presente de três reis magos.


Seja qual versão, das muitas que existem, a sua preferencia eu os convido a vir contar. Contar estórias de Papais Noel e seus ajudantes élfos, de ursos polares que bebem Coca Cola, e deixar biscoitos com leite na janela e principalmente escrever cartinhas, muitas cartinhas. Vamos celebrar o Natal pelo que ele significa pra nós e continuar mediando o que é a melhor história de todas, a história de ser feliz.

Boa Noite!
BoscoJoao =D

(Se voce se interessou pelo movimento dos Desbravadores, pode acessar esse link para mais informaçoes: http://adventistas.org/pt/desbravadores/)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Dica de leitura! - "A Árvore Generosa"




Uma das premissas que vira e mexe discutimos nas nossas reuniões do Projeto é a que fala que devemos ler para as crianças livros dos quais nós como mediadores também gostamos, de forma que o nosso interesse e carinho por aquele livro seja também contagiante para quem estará participando da mediação. Pensando sobre isso, lembrei de um dos livros que ganhei dos meus pais quando criança e que tenho até hoje, que se chama “A Árvore Generosa”, do autor e ilustrador Shel Silverstein.
Sempre que inicio a mediação em uma turma nova, é com grande prazer que  apresento uma das minhas leituras favoritas aos pequenos. O livro é de ilustrações simples, feitas apenas a partir do contorno e em preto e branco e de uma história linda e sensível que trata do amor entre um menino e uma árvore.
A história traz as diferentes fases da vida do menino e suas diferentes necessidades as quais a árvore está sempre pronta a suprir... bom, não sei como descrever a história em detalhes sem tirar a poesia de se ler o livro por completo.

Essa é uma das narrativas que pode ser contada e recontada para crianças de diversas idades e da qual os adultos podem se apropriar, pois nos traz uma importante reflexão acerca de nossas próprias vidas.

                Se está com dificuldade de escolher um livro para começar, aí está uma ótima dica, pode confiar! Mas mais importante do que este livro em específico, que tal resgatar aqueles que também te encantaram na infância e encantam até hoje? Com certeza o seu carinho pela história trará um gostinho especial para a mediação! 

Compartilhe as suas dicas com a gente também! :)
Por: Isabella Brandão.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Reaprendendo...


Escrever no blog de um projeto tão inspirador tem sido um desafio pra mim. Começo e recomeço as tentativas de colocar em palavras tudo aquilo que é vivenciado nas leituras, no universo rico das letras, mas que também é cheio de outros elementos, como as contribuições valiosas de cada um, os silêncios mágicos, os olhares atentos...
Decidi, então, estreiar no blog com a minha experiência pessoal com os livros - que tem mudado desde que entrei no projeto e que, talvez por isso, torne tão desafiador escrever aqui.

Desde que tinha uns 16 anos, comecei a achar que ler dava sono. Nunca era possível ler deitada, ou no sofá, ou com uma luz de cabeceira porque o resultado era desastroso, certeiro e melhor que qualquer Rivotril: em menos de 15 minutos, o sono vinha!


A consequência disso é que passei a acreditar que leitura era algo desprazeroso... Como algo que em 15 minutos me dava sono podia ser bom? Resposta: não podia.

Com o tempo, a certeza de que ler era o melhor remédio pra dormir só aumentou e, ainda assim, eu lia o dia inteiro - inúmeros livros de química, física, história, literatura, filosofia, biologia...

Mas, pensando hoje em dia, como ler era ruim se eu não parava para LER? Ler mesmo, de verdade? Aqueles livros que a gente ama e lê devagarinho, economizando as páginas pra demorar mais a acabar? Ou aqueles que a gente não aguenta e devora mesmo, de uma vez? Eu não lia... Não a leitura que eu gostava e que, na verdade, não dava sono nenhum.



Mas eu permaneci nesse ritmo: quatro anos de universidade e muuuuita leitura. Leitura acadêmica, claro. Filósofos, antropólogos, psicanalistas, psiquiatras...
E, novamente, eu quase nunca parava para LER. A leitura obrigatória tomava conta e... Como não sentir sono depois de horas e horas lendo só por ler? Só por que ia cair na prova? Só porque precisava fazer uma resenha? 

Resposta: não dava, o sono vinha!






Mas aí, eis que eu ganho a chance de fazer uma pausa e o convite de uma amiga me traz para o Livros Abertos, para leitura dialógica, para leitura gostosa, para o LER de verdade.
E é isso que tenho reaprendido: existe uma leitura que não dá sono. Existe uma leitura prazerosa, que desperta interesse, curiosidade, atenção. Existe uma leitura que desperta a gente! Uma leitura do que a gente gosta ou/e do que nos faz pensar, criticar, refletir.
Existe uma leitura esquecida... Uma leitura que eu - e muita gente! - deixa de lado para as outras leituras do dia-a-dia. E essa leitura esquecida faz acender algo dentro da gente, ela é sentida, e por isso talvez seja difícil falar sobre ela. Mas ela existe...



É a leitura que eu vi nessa imagem essa semana:


A leitura que não dá sono, mas que dá sonhos!


E pra quem está querendo reacender essa leitura, fica uma dica que encontrei essa semana. Milhares de livros para download gratuito! 
Drummond, Leminski, Vinícius de Moraes, Oscar Wilde, Nietzsche, Fernando Pessoa. 
Política, fotografia, literatura, comunicação. 
Suspense, quadrinhos, clássicos.

Possibilidades para acender algo dentro de toda a gente! Aproveitem!

Raíra Cavalcanti

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dica de leitura: “Terra de Ninguém” de Contardo Calligaris

Faz tempo que não escrevo para o blog, mas a minha inspiração dessa vez veio de algo que na verdade sempre estava bem próximo a mim, dentro da minha bolsa e que carrego até para o supermercado, com o receio de ter que passar horas na fila sem nenhuma distração.
Falo hoje sobre uma dica de leitura que tenho carregado comigo há pelo menos quatro meses. Não que o livro seja chato, mas não tive o devido tempo para me dedicar a ele. Intitulado “Terra de Ninguém”, o livro de Contardo Calligaris, psicanalista italiano, é uma coletânea de crônicas escritas enquanto o autor dividia sua vida entre São Paulo e Nova York. O título do livro remete justamente às diversas viagens que Calligaris realizou e que fizeram com que diversas crônicas fossem escritas “nesse espaço estranho que existe nos aeroportos e que está fora da jurisdição ordinária”.
            Indico o livro para quem gosta de uma leitura leve, porém reflexiva. O autor traz acontecimentos desde o lançamento de um livro da saga Harry Potter até pontuações sobre a Segunda Guerra Mundial. Como o próprio autor menciona: apesar de julgar que as crônicas foram alocadas de forma interessante para o leitor; por se tratar de textos aparentemente sem nenhuma conexão, alguém que não gosta muito de política pode passar algumas páginas e encontrar um texto sobre a vida amorosa de um casal, ou sobre questões de gênero. Enfim, a quantidade de assuntos é incrivelmente variável.
            De qualquer forma, o que mais me impressiona no livro é que consigo concordar e discordar do o autor como se estivéssemos dialogando. Acredito que algumas pessoas possam não gostar de literaturas desse tipo, mas acho essencial que as leituras nos provoquem, nos coloquem diante de nossas reflexões, afinal não é tudo que levamos para uma roda de conversa com os amigos e muitas vezes não temos certeza sobre o que achamos das ações do governo Bush. “Terra de Ninguém” se propõe a isso, a dialogar. Por se tratar do cotidiano, o autor não tem a pretensão de que o autor compartilhe das opiniões dele, afinal de contas os textos são produzidos através das lentes de Calligaris.
            O que me fez recordar do livro quando estava pensando no que escrever para o blog foi justamente, que no início da obra o autor menciona a sua dificuldade de escrever semanalmente, já que todas as crônicas de “Terra de Ninguém” foram publicadas na Folha de São Paulo em uma coluna semanal. Lembro, inclusive, que em uma das reuniões do “Livros Abertos”, estávamos discutindo o quão difícil era escrever para o blog, sendo que às vezes nada vinha de novo ou que merecesse ser contado. Bem, a conclusão na qual Calligaris chega é que as experiências vividas por ele (um noticiário, uma conversa, um encontro, uma viagem, e no nosso caso, uma contação de histórias) são dotadas de alguma intensidade que valha a pena ser transmitida.
E eu aqui procurando algo extraordinário para escrever quando tudo que eu precisava dizer estava dentro da minha bolsa.
“Ao escrever pouco me importa que o leitor compartilhe ou não da minha opinião (se é que tenho uma). Pouco me importa que ele repita ou adote os caminhos pelos quais se enveredou minha experiência. Minha ambição é apenas (mas já é muito) que, ao dialogar comigo (concordando ou protestando, tanto faz), o leitor tome o tempo necessário para descobrir ou inventar uma espessura e uma intensidade possíveis de sua própria experiência. No fundo escrevo crônicas na esperança de que, ao lê-las, os leitores sintam vontade de tornar-se cronistas de suas próprias vidas” Introdução: Terra de Ninguém, Contardo Calligaris

Nathália Oliveira

domingo, 10 de novembro de 2013

            Dentro da vasta programação oferecida pela Semana Universitária 2013 da Universidade de Brasília (UnB), realizada na semana passada, o projeto de extensão Livros Abertos: Aqui Todos Contam  marcou presença e fez bonito. Foram duas oficinas de mediação de leitura chamadas de "Conte Comigo", uma na quarta-feira (6/11) e outra na quinta-feira (7/11). Além de divulgar o trabalho que o projeto vem realizando há quatro anos, as oficinas também contribuiram para a formação e/ou capacitação de contadores de histórias e troca de experiências a partir das vivências das mediações de cada um dos participantes.     


Em ambas oficinas, o público foi diverso, provando que contar histórias é interesse de todos. Alunos de ensino médio, graduação, pós-graduação, mães, professores, bibliotecários e curiosos estavam presentes e tiveram a oportunidade de experimentar como uma mediação de leitura ocorre, assim como as dificuldades e as características da leitura dialógica. 
Membros do projeto.
Coordenadora do projeto.

          Os organizadores das oficinas prepararam os momentos com base nas discussões teóricas oferecidas pelo projeto e pela própria prática de leitura para crianças. Segundo a coordenadora do projeto, a professora do Instituto de Psicologia da UnB, Eileen Flores, as atividades foram maravilhosas e agradeceu o trabalho dos membros do projeto. "Nossa coesão, nosso espírito coletivo e nossa alegria que impressionaram a mais de uma pessoa!", elogiou ela ao fim da última oficina.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Semana Universitária

Adentrando nessa espirito de extensão, é com grande prazer que eu vos anuncio

(pausa dramática)


A mais grandiosa e espetacular, sencacional nunca antes vista no mundo

(rufem os tambores)


SEMANA UNIVERSITARIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA.

Especial pois os seus queridinhos da contação de livros estão a todo gás planejando a mais bad ass, espetacular e colossal oficina de contação de estorias.

Parada obrigatoria para todos os amantes dos bons livros, de estorias emocionantes e do prazer que é conta-las para outros.
confirme já sua presença e esteja conosco nessa mais que brilhante aventura.

Nos Dias:
Quarta feira, 06 de novembro, das 08:00 até as 12:00
e
Quinta feira, 07 de novembro das 12:00 ate as 14:00
no auditório do Instituto de Psicologia - IP na Ala Sul do ICC (minhocão)

Inscrição no site:
https://sistemas.unb.br/siex/publico/oferta_extensao_listagem.xhtml

Venha compartilhar experiencias conosco.
Nos queremos ouvir a sua estoria.

Equipe do Livros Abertos Aqui Todos, TODOS, Contam ;D

domingo, 27 de outubro de 2013

A Arte de Contar


Ler histórias para um pequeno público pode trazer algumas dificuldades, mas também prazeres inesperados, o negócio é saber lidar com as dificuldades  e encará-las sempre com bom humor de modo a aproveitar a contação, porém, para que isto aconteça, é necessário soltar-se e divertir-se com as possibilidades que a contação dialógica lhe apresenta.

De acordo com o psiquiatra austríaco Victor Frankel, estão em melhores condições físicas e psicológicas aqueles que tem mais humor e leveza, e trabalhar com crianças nos trás isso, essa troca, esses momentos que temos com elas são ao mesmo tempo mais livres e são também um momento de aprendizado, tanto pra elas quando para nós, que estamos contando. 

Na hora de escolher um livro é sempre importante lembrar que você não estará lendo somente para um corpo e sim para uma criança, um ser cheio de perguntas e capacidades e gostos individuais, assim como nós. Não devemos nunca subjugá-los e sim desafiá-los levando livros cada vez mais complexos e que exijam mais do pensar deles, isso é importante já que muitos ´´tem preguiça´´ de pensar, querem apenas ouvir uma história que não os tira da zona de conforto.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Projeto Turma Que Faz




Bom dia, boa tarde, boa noite! Dependendo do horário em que você esteja lendo esse post.
Em setembro, fiz uma viagem a um evento de cultura popular lá em Minas Gerais e conheci uma mulher muito bacana, que trabalha com danças folclóricas com as crianças lá de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros. Ela foi me contando do projeto e eu fiquei fascinada, depois ela me disse que quem coordenava esse projeto era uma senhora chamada Doroty Marques e o nome dele é  Turma que faz. Aí, lembrei que tinha comprado um CD deles no evento dos Povos do Cerrado que teve em Brasília. Na hora eu não lembrava o nome do álbum, mas disse que não tinha entendido muito bem o que eles estavam cantando - eu o tinha comprado por pensar que teriam histórias folclóricas cantadas, e tinham! Só que não em português, era em imaginês ou sentimentês! Ela me explicou que a proposta desse álbum foi criar uma nova linguagem, onde as crianças colocariam o que sente na música e inventariam palavras, sons, frases totalmente novas e desconhecidas da nossa língua como vocês podem ver no vídeo acima. Num outro vídeo, uma jornalista pergunta a umas cantadeiras o que elas iriam cantar, e elas dizem: não sei, a gente sente na ora e canta. Creio que essa frase resume a proposta do projeto.


Quem é a Turma que faz? É um projeto coordenado pela musicista Doroty Marques, que leva mensagens ecológicas e culturais às crianças da região de Alto Paraíso e São Jorge. . Essas crianças são selecionadas de acordo a participação nos anos anteriores trazendo os parentes mais próximos e dando preferência aqueles de família maior e mais carente. A “Turma que Faz” trabalha com modalidades de expressão, desenho, pintura, artesanato em papel, confecção de bonecos mamulengos e ainda na confecção de figurinos e outros objetos usados nas apresentações. Desde a construção do espaço até as vestimentas e os instrumentos tudo é feito pelos próprios alunos como mesas, cadeiras, instrumentos, fantasias, bonecos de arame, argila , papelão, tudo isso com reaproveitamento de elementos naturais.



Imagine se toda escola fosse assim? Priorizasse o que a criança sente, imagina e deseja? Incentivasse sua imaginação e construção... As crianças seriam livres! e consequentemente, os adultos também!




terça-feira, 22 de outubro de 2013



Solidão

"O que é mais assustador?
A ideia de extraterrestres em mundos estranhos,
ou a ideia de que, em todo este imenso universo,
nós estamos sozinhos? "
 (Carl Sagan)

 Esses dias eu estava vendo o filme O Contato, baseado no livro homônimo do astrofísico Carl Sagan. Resolvi parar para ler o livro também. O que mais me chamou a atenção foi a questão levantada sobre a solidão (tema abordado tanto no filme quanto no livro). O interessante sobre o tema levantado, é que o mesmo não focou na questão sobre a nossa possível solidão no espaço, mas sim sobre a nossa solidão existencial. Por que vivemos? Para onde vamos? Será que há algo mais após a nossa rápida passagem pela vida?

Fiquei pensando muito sobre isto, será por que fazemos o que fazemos? Será que pensamos realmente no porque das nossas ações? Ou simplesmente acordamos e ligamos o piloto automático e partimos para nosso cotidiano? Eu sinceramente não sei responder estas questões, talvez você que está lendo este texto possa se perguntar e ter uma resposta concreta ou talvez fique perdido como eu.

Também tem outra coisa, criticamos de maneira tão negativa a solidão, mas ela faz parte da nossa existência: nós nascemos sozinhos, nos deparamos com os desafios do mundo sozinhos e por fim, morremos sozinhos! Ela sempre estará conosco, por mais que a evitemos.

Este texto não tem o objetivo de ser pessimista, mas de trazer uma reflexão sobre as nossas ações e o porque delas. Porque para existirmos nós precisamos ser, e na maioria das vezes não sabemos o que realmente somos.




Márcio Alves.